quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Abstractions

Trancado em uma realidade, Vincent se questiona se tudo aquilo que ele estava passando existia mesmo ou era apenas mais um episódio de Silêncio. Curioso pensar que, em tal realidade, um antigo discípulo seu (pelo menos no papel) esteja presente, cego, e com uma pedra dourada presa à testa.

Pra falar a verdade, Vincent vem se questionando se isso não é mais um episódio de Silêncio desde que ele havia conversado consigo mesmo na Índia uns três meses atrás, ou melhor, momentos atrás. O Silêncio prega peças enormes e tudo isso pode passar em questão de segundos... ou realmente está durando o tempo que ele acha que está.

Não interessa.

De um jeito ou de outro, essa realidade (fosse um Silêncio ou não) é mantida por Héracles e só convencendo o rapaz a libertá-lo dali (mesmo que Héracles seja apenas uma personificação de um pensamento seu) que conseguirá sair dali.

Desde que eles se perderam de Morgana em algum lugar no espaço-tempo, eles vieram parar ali: Vincent e Thor.

Melhor dizendo: não bem eles, mas sim personificações de raciocínios fragmentados misturados com pedaços de sua memória e com uma pitada de paranóia e loucura que...

Epa! Estou louco? Será isso a minha realidade particular? Será assim que os Desauridos vivem? Estranho, dizem que eles costumam viver no mundo ideal deles, uma espécie de autismo.

E isso está longe de ser meu ideal de mundo. Eu, Thor, um deserto e um ex-discípulo (no papel, pelo menos) cego com uma pedra dourada presa na testa.

Interessante perceber que eu penso sobre mim em terceira pessoa, será a narração desse texto imaginário uma outra personificação de mim? Ou melhor, é uma personificação a narração em minha mente? Não seria melhor dizer uma oralização da minha voz?

Mas eu não ouço nada.

De repente, sugiro a Thor que vá pedir ajuda. Em um primeiro momento ele se recusa, como eu recusaria normalmente (acho que ele sou eu em algum lugar) para não deixar um velho amigo na mão, porém, depois de insistir muito comigo mesmo (ou com Thor), eu resolvo (ou melhor, ele) buscar ajuda.

Passa algum tempo e uma outra figura surge. É Sobretudo Negro, um antigo companheiro meu, sempre disposto a ajudar e com um senso de honra interessante, entretanto sem perder a possibilidade de honrar negócios.

Típico. Seria ele em quem eu pensaria em um resgate desse tipo, só falta dizer que ele deixou Thor tomando conta da...

Não disse? Ou melhor, pensei.

Eu converso com Héracles (ou melhor, Sobretudo conversa, mas sou eu) e eles entram em um embate espiritual (ou melhor, eu entro). Depois de algum tempo debatendo sobre seres espirituais e coisas do tipo, Héracles permite a saída de sua realidade e manda um recado para ser entregue para “aqueles que buscam a verdade das Esmeraldas”.

Dito isso, eu e eu saímos pela porta da frente do reino e damos de cara com Thor nos esperando na Capela.

...

...

...

...

Odeio racionalizar algo irracionável.

Era realidade tudo o que eu testemunhei e toda a história das Esmeraldas, a morte de Alejandro também é real (apesar dele ter morrido algumas vezes desde que eu o conheço) e...

Élis realmente está em perigo.

Insensatez de minha parte deixar que ela busque ou vá atrás de objetos tão perigosos sozinhos, ela ainda é uma criança! Digo, não uma criança mesmo, até porque ela já é bem grandinha na utilização da mágica, mas, mesmo assim, lidar com Blackmore não é nada interessante e...

Ouviram isso?

Todos assentem com a cabeça e vão ver o que é. Alguns furgões pretos rasgam as ruas e uns helicópteros opacos sujam o céu escuro de Londres, com certeza a Tecnocracia e há alguns quarteirões dali, eu consigo ver, meio incrédulo, que a rua está interditada, logo em seguida eu sinto a Ressonância de Élis enquanto Thor já se prepara para correr na direção do perigo. Alguém diz pra esperar.

Tomo um susto quando vejo as figuras sombrias de Blackmore e seus Blackmorezinhos por trás de nós. Ele está ali para ajudar, perfeito. Tudo o que precisávamos: um grupo de Nefandi para ajudar a resgatar nossos pupilos (ou antigos pupilos, não importa), isso não virá de graça.

Fico sabendo que Mei-Hai também está de volta. Isso não é bom. Principalmente se Blackmore está por perto. Ele, contudo, garante que não quer mais nada com ela, que seu interesse é puramente as Esmeraldas, mas alerta que a Tecnocracia pode querer algo com todos eles.

De qualquer jeito, com aquele amontoado de besteiras tecnológicas voando dali para ali enquanto tenta capturar nossos “colegas de profissão”, qualquer ajuda é bem-vinda.

Blackmore expõe seu plano.

Curioso. Ele transparece desespero.

Um bom plano. Esperar que as coisas fiquem realmente pretas para que uma entrada gloriosa e triunfal fosse feita em um momento de puro perigo por qualquer um deles é fabuloso.

Eu preparo meus focos, assim como Thor e Black Coat fazem para juntos, com o poder de nossa Entropia, transformemos as coisas um pouco mais favoráveis para nossa entrada e a escapada deles.

E eu vejo, enquanto a Entropia começa a fluir, um Blackmore com um brilho diferente nos olhos, o brilho que ele tinha quando o conheci, o brilho de um Eutanatos, ele se utiliza de seus focos antigos, assim como algumas de suas garotas ajudam no ritual.

Sentindo uma estranha Ressonância antiga, junto com uma felicidade nostálgica de trabalhar novamente em conjunto com Thor, Blackmore e Coat, a Entropia flui mais abertamente por mim, mostrando-me caminhos que antes eu não tinha observado e que ainda são passíveis de exploração. Por um momento eu acreditei naquela baboseira que os Coristas mais jovens vivem dizendo sobre a possível redenção de um Nefandus.

Blackmore sorri simpaticamente pra mim, como se estivesse feliz em trabalhar comigo de novo.

Ilusão.

Sangue.

Sinto que Élis ainda está viva, isso me dá forças para pegar leve com essas aberrações.

Fico triste em perceber que, assim que o último Tecnocrata cair, nossos focos focalizarão a presença de Blackmore e faremos questão de destruí-lo. Uma pena, entretanto, se não fizermos isso primeiro, bem capaz que ele faça. Talvez se eu jogar, acidentalmente, um daqueles helicópteros na cara dele...

3 comentários:

Kao disse...

Nhé. ¬¬

Isso aqui está parado. Não vai postar nada, não? É?

Que chato...! -___-"

Fala alguma coisa! ¬¬

Kao disse...

¬¬

Ding don-don! Ding don-don!

Kao disse...

Só eu freqüento isso aqui? O_Ô