Já é noite e o acampamento está armado. Sentado na areia fria do Saara defronte à fogueira ainda acesa, Héracles lembra da conversa rápida que teve com Vincent assim que chegaram à Índia:
- Você pode ir. Apenas me procure quando estiver cansado de perambular sozinho por aí.
E foi apenas isso que conversaram.
Eles haviam saído de Londres não fazia nem três dias e a tal sentença de reaprender seu caminho (ou algo parecido com isso) já havia acabado. Sem saber o que fazer e sem poder circular pela Europa durante um bom tempo, Héracles decidiu que iria andar pela África e Américas durante um tempo. Fazer novos contatos sempre é bom.
O que não é bom é ficar sozinho nesse deserto frio de noite e quente de dia. Ele e um camelo. Como Héracles não tem o costume de papear com animais, ele fica envolto em seus próprios pensamentos.
A Ordem de Hermes bem que poderia ter seu poder diminuído em Londres. Esse mando e desmando dos Herméticos em todos os magos que habitam a capital inglesa já irritou demasiadamente muita gente. Héracles tentou fazer alguns aliados no meio vampírico que ele havia se infiltrado prometendo a cabeça de Dantinelle, mas sem sucesso: “Resolvam vocês seus problemas. Mexer com um de vocês é a mesma coisa que cutucar um vespeiro.” - uma pena.
Um brilho dourado repentino desvia a atenção do intrépido Eutanatos. Olhando fixamente para o ponto na areia, ele percebe que uma ponta de algum objeto dourado (bem dourado, diga-se de passagem) se sobressai em um pequeno monte.
- Não posso acreditar! Se não for uma lâmpada mágica serei um mico de circo!
Ainda bem que Héracles não tem tanto poder em suas palavras como alguns de seus conhecidos Herméticos, senão sua existência, a partir de hoje, seria fazer traquinagens debaixo de alguma tenda no meio da Europa.
Não se tratava de uma lâmpada, muito menos de algum objeto valioso. Era uma pedra. Para ser mais preciso, uma pedra hexagonal que não só tinha um brilho dourado como também era inteira dourada. Ele sorriu, parecia se tratar de um objeto mágiko.
Porém, repentinamente, um turbilhão de memórias, visões, gostos, desejos, sensações dos mais variados tipos, desde um simples espetar de agulha até a penetração do ventre por uma lâmina afiada. Tudo em questão de segundos até que Héracles largara a pedra.
Tudo volta ao normal.
Exceto, claro, as dores causadas pelas sensações. Era muito para qualquer um. Parecia que dezenas de pessoas haviam tomado parte de seu corpo durante alguns instantes e demonstrado com a sutileza de um chimpanzé bêbado dançando sobre ovos tudo o que presenciaram durante suas vidas.
Incrível! Será que essa pedrinha é uma aprisionadora de almas? Ou então ela apenas capta as sensações de quem a porta? Qual o verdadeiro poder dessa Maravilha?
Respirando fundo e fitando a pedra dourada, Héracles tentou focalizar uma das sensações que acabara de sentir. A espada! O ferro penetrando seu diafragma foi memorável. E, apenas fechando os olhos por um segundo e segurando a pedra na mão novamente, Héracles se viu no meio de uma batalha feroz.
Uma batalha que ele reconhecia em ser uma cruzada, dada seu uniforme e Jerusalém que já podia ser avistada de onde ele estava. O corpo que ele se localiza não é um exímio espadachim, mas consegue agüentar alguns sarracenos até qu...
...
...
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No dia seguinte, Héracles acorda com uma profunda dor no ventre. Para seu espanto, sua barriga estava à mostra, com a forma perfeita de uma scimitarra cortando seu corpo. Milagre que ele estivesse vivo. Uma mágika daria conta disso. Um mantra entoado com dificuldade por causa do sangue que já se encontrava em sua garganta e o ferimento é estancado, o suficiente para que ele chegue até a próxima cidade.
Ele, com uma luva, pega a pedra e a guarda em sua bolsa. Ela merece ser estudada mais a fundo.
Pode ser uma ferramenta útil contra os Herméticos.
- Você pode ir. Apenas me procure quando estiver cansado de perambular sozinho por aí.
E foi apenas isso que conversaram.
Eles haviam saído de Londres não fazia nem três dias e a tal sentença de reaprender seu caminho (ou algo parecido com isso) já havia acabado. Sem saber o que fazer e sem poder circular pela Europa durante um bom tempo, Héracles decidiu que iria andar pela África e Américas durante um tempo. Fazer novos contatos sempre é bom.
O que não é bom é ficar sozinho nesse deserto frio de noite e quente de dia. Ele e um camelo. Como Héracles não tem o costume de papear com animais, ele fica envolto em seus próprios pensamentos.
A Ordem de Hermes bem que poderia ter seu poder diminuído em Londres. Esse mando e desmando dos Herméticos em todos os magos que habitam a capital inglesa já irritou demasiadamente muita gente. Héracles tentou fazer alguns aliados no meio vampírico que ele havia se infiltrado prometendo a cabeça de Dantinelle, mas sem sucesso: “Resolvam vocês seus problemas. Mexer com um de vocês é a mesma coisa que cutucar um vespeiro.” - uma pena.
Um brilho dourado repentino desvia a atenção do intrépido Eutanatos. Olhando fixamente para o ponto na areia, ele percebe que uma ponta de algum objeto dourado (bem dourado, diga-se de passagem) se sobressai em um pequeno monte.
- Não posso acreditar! Se não for uma lâmpada mágica serei um mico de circo!
Ainda bem que Héracles não tem tanto poder em suas palavras como alguns de seus conhecidos Herméticos, senão sua existência, a partir de hoje, seria fazer traquinagens debaixo de alguma tenda no meio da Europa.
Não se tratava de uma lâmpada, muito menos de algum objeto valioso. Era uma pedra. Para ser mais preciso, uma pedra hexagonal que não só tinha um brilho dourado como também era inteira dourada. Ele sorriu, parecia se tratar de um objeto mágiko.
Porém, repentinamente, um turbilhão de memórias, visões, gostos, desejos, sensações dos mais variados tipos, desde um simples espetar de agulha até a penetração do ventre por uma lâmina afiada. Tudo em questão de segundos até que Héracles largara a pedra.
Tudo volta ao normal.
Exceto, claro, as dores causadas pelas sensações. Era muito para qualquer um. Parecia que dezenas de pessoas haviam tomado parte de seu corpo durante alguns instantes e demonstrado com a sutileza de um chimpanzé bêbado dançando sobre ovos tudo o que presenciaram durante suas vidas.
Incrível! Será que essa pedrinha é uma aprisionadora de almas? Ou então ela apenas capta as sensações de quem a porta? Qual o verdadeiro poder dessa Maravilha?
Respirando fundo e fitando a pedra dourada, Héracles tentou focalizar uma das sensações que acabara de sentir. A espada! O ferro penetrando seu diafragma foi memorável. E, apenas fechando os olhos por um segundo e segurando a pedra na mão novamente, Héracles se viu no meio de uma batalha feroz.
Uma batalha que ele reconhecia em ser uma cruzada, dada seu uniforme e Jerusalém que já podia ser avistada de onde ele estava. O corpo que ele se localiza não é um exímio espadachim, mas consegue agüentar alguns sarracenos até qu...
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No dia seguinte, Héracles acorda com uma profunda dor no ventre. Para seu espanto, sua barriga estava à mostra, com a forma perfeita de uma scimitarra cortando seu corpo. Milagre que ele estivesse vivo. Uma mágika daria conta disso. Um mantra entoado com dificuldade por causa do sangue que já se encontrava em sua garganta e o ferimento é estancado, o suficiente para que ele chegue até a próxima cidade.
Ele, com uma luva, pega a pedra e a guarda em sua bolsa. Ela merece ser estudada mais a fundo.
Pode ser uma ferramenta útil contra os Herméticos.
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