Laços de Família

- Então este homem passou por aqui? - Ele eu não sei, mas a mulher e os dois rapazes sim. - Não se lembra de nada de que esta pessoa esteve envolvida? Algo como uma cobra ou coisa do tipo? - Sim! Tinha um outro cara, um com uma tatuagem! Ela se mexia... - Seria este cara? - Não sei dizer, senhor. - Obrigado.

O policial aposentado sorri e sai pela porta do motel de uma cidadezinha no meio do Texas. As informações dadas pelo balconista foram úteis, para a sua sorte, rastrear Zaraki se tornou mais fácil desde que ele começou a andar com pessoas identificáveis por assim dizer.

Este homem nunca irá se esquecer do dia em que sua irmã e seu cunhado foram assassinados, desde então ele tem recebido mensagens de seus entes falecidos para irem atrás do filho bastardo. Porém, por ele se tratar de um mago, o embate próximo passa a ser muito perigoso e, um senhor de 54 anos teria uma enorme desvantagem contra um rapaz de 17. Entretanto, seus anos como policial e bom cristão que sempre foi o rendem uma certa vantagem, a magia não pode tocar os servos de Deus, não aqueles fiéis e, combinada com uma sorte grande e uma boa pontaria (já deficiente por causa da idade) podem fazer o jogo virar.

De qualquer maneira, é melhor não arriscar e o perseguir pelas sombras. Ele já tentou aliança com o oponente confesso de seu sobrinho, porém não chegaram a um acordo e um tiro teve que ser disparado. Na testa. Ele se dizia um vampiro, alguém com quem seu sobrinho tinha cruzado pouco tempo atrás e tomado algo que era dele. A conversa ia bem, até que ele confessou ser adorador do Demônio, mostrando suas habilidades estranhas com as sombras e, em um movimento rápido, um corpo já jazia no chão. O tiro rendeu tempo o suficiente para ir para longe daquela coisa.

Sua especialidade é magos, não vampiros, não por desprezo ou qualquer coisa do tipo, mas apenas pela necessidade de deixar os espíritos de seus parentes em paz. Quantos são, quem são, onde encontrá-los... tudo isso ele sabe, sem sombra de dúvidas. Uma vez o padre de sua paróquia, antes de dar a sua .45 abençoada com o sangue de Jesus, o contou sobre tudo isso. Desde então ele abandonou seu nome antigo e agora é conhecido apenas como Velho.

É até bom que Zaraki esteja andando junto com outros magos, a interação social de seu sobrinho pode ser útil para o Velho já que pode pegar mais de um coelho de uma vez, suas fontes na polícia inglesa já informaram que tem um preço pela cabeça da moça e do rapaz moreno, as fotos, inclusive, foram dadas por eles, um bom acordo pode ser feito.

Porém, agora o Velho está em um beco sem saída. Não tem para onde seguir. O rastro deles acaba ali e os relatos de um OVNI na Califórnia não ajudam muito.

O jeito é esperar alguma informação cair do céu... - Senhor? - uma voz vinda de trás fala com ele. Ele se vira e dá de cara com uma bela morena: - pois não? - é um mago!

- Acredito que tenho algo que possa lhe interessar. - a morena sorri.

A beleza selvagem da negra o atrai de maneira incompreensível, porém, ele resiste: - não negocio com magos.

De repente, uma menina loira vem vindo, ele a reconhece na hora: Judith, a sobrinha de Blackmore, o Nefandus! Ele se vira e lembra da negra, ela é Callia! Sua mão entra por dentro de seu terno buscando seu coldre. Alcançou a arma. Antes que pudesse puxá-la, alguém segura seu braço, é um cowboy.

- Não é necessário. Acredito que a moça já está de saída. - e um olhar que queimaria até o Ártico atinge Callia e Judith, as duas resolvem se recolher com um sorriso e saem andando pela cidade. - Venha Velho. Tenho que ter uma prosa com você.E o fazendeiro e o tira saem andando em direção ao carro do policial.