- AHHHHHHHHHHHHH!!!!!!! - a menina grita desesperada. Completamente aterrorizada pelo ser que a encara com fervor, encurralando-a na quina da parede de um quarto barato de motel.
- O que foi Judith? - de supetão, a bela negra entra no quarto empunhando as suas pistolas, quase derrubando a porta.
- Uma baraaaaaaaaaaaaataaaaaaaaaaa. - a loirinha aponta para o inseto parado na sua frente, em seguida começa a chorar.
Callia suspira, guarda as armas e pisa na barata. Às vezes Callia se esquece que Judith ainda é apenas uma garotinha mimada e tem todos os temores que uma patricinha teria normalmente.
Ela senta na cama e fulmina a criança com os olhos. Judith apenas encara de volta com seus olhos grandes e castanhos, na verdade, não pode dizer que isso seja uma encarada, é algo mais como um olhar de piedade:
- Desculpa...
- DESCULPA O CACETE, MENINA! PRA QUE GRITAR DESSE JEITO? POR UMA BARATA???
A menina volta a chorar.
Callia respira fundo, tentando se acalmar e volta a olhar para Judith que está aos prantos. Arrependida dos gritos que deu com a menina, Callia resolve chegar perto e abraçar a garota que, sem pensar duas vezes, empurra Callia que cai sentada no chão, com os olhos cheios de água e a cara amarrada, a loirinha fala:
- Jodi é bem melhor que você! Bruxa!
Proferindo palavras de mau-agouro, a menina sai correndo pela porta do quarto. Callia fica sentada durante um tempo sem entender o que aconteceu e, depois de cinco minutos amaldiçoando Blackmore, resolve se levantar e ir atrás da menina. Saindo pela porta do quarto e dando uma olhada rápida, Callia encontra Judith conversando com um chapeludo, um homem charmoso, porém suspeito. Preparada para briga, ela dá cinco passos em direção aos dois até que, por um momento, hesita quando percebe de quem se trata.
Era o alvo deles, ela podia sentir isso e, com certeza, Judith sentiu isso também, por isso conversava com ele. Ela repara que Judith está com o volume costumeiro em sua cintura - “está levando suas armas” - e que toda essa cena foi proposital.
Ele olhava diretamente nos olhos de Judith. Ela ganhou, ele perdeu.
O cowboy a convida para entrar na caminhonete e fugir da megera que a estava perseguindo, obviamente que Judith aceita. Enquanto que o cowboy abre a porta da caminhonete para Judith subir, esta dá uma olhada para trás e, com um sorriso vencedor, pisca para a amiga e faz sinal para que os sigam.
A isca estava lançada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário