quinta-feira, maio 17, 2007

Do Outro Lado De Onde Vocês Achavam Que Estavam

Em algum lugar do Oeste Europeu, um alarme soa dentro de uma base militar:
- Anomalia detectada. - um jovem de jaleco branco encara um monitor enorme, suas palavras soam desnecessárias já que todos no Constructo conseguem examinar com perfeição o aviso imenso na tela. - Aproxime. - um jovem Sargento, rispidamente, ordena.

Imitando o cinema, a enorme tela de cristal líquido aproxima a região onde a anomalia foi detectada.
Uma. Duas. Três. Algumas várias aproximações depois eles têm a localização exata do local:

- Perto de Boulogne, no litoral. - afirma o de jaleco. - Temos a imagem? - o Sargento com esperança. - Sim. - e aperta um botão. Depois de alguns segundos de processamento, uma imagem esverdeada surge na tela identificando a noite que já chegara ao local e o que se vê é apenas uma praia deserta. - Aparentemente vazia, senhor. - Espere um momento. Nunca essas coisas aparecem sem deixar algum vestígio.
Logo o General tem a sua suspeita confirmada. Um carro aparece na praia. A frieza do General não deixa seu corpo esboçar nenhum sinal de contentamento por estar certo - temos como aproximar?

- Não, senhor. Esse é o máximo.
O Sargento continua encarando a tela esperando que algo aconteça. Repentinamente, algo começa a sair da água. Algo que parece grande demais para estar emergindo daquela profundidade. Algo que, se visto por qualquer um, causaria sérios problemas para aquele Simpósio. Algo que precisava ser contido.

A mão do jovem cientista desliza sobre os dedos do teclado localizado a sua frente procurando pela unidade da União mais próxima. Percebendo as intenções do jovem, o Sargento o freia bruscamente:

- Não, ainda não. Vamos deixar que se matem. Depois nos preocupamos com o resto. - Mas senhor... - o jovem tenta protestar. - Contestando minhas ordens? - com um olhar e uma frase, o orgulho do cientista já estava ferido o suficiente para continuar com a cabeça erguida.
A cena que se segue na tela é quase que incompreensível. Devido a alguma falha no equipamento, - que alguém, depois, seria despedido por isso - a última coisa que dá para entender é o enorme ser - que parece um dinossauro só que muito maior - virando o carro, fazendo com que ele capote e pequenos pontos - provavelmente os integrantes do veículo - saindo de dentro em algumas direções.

Um desses pontos assume um brilho imenso durante um tempo, ofuscando boa parte da cena, enquanto que um outro surge sobre a cabeça do ser. Este último ponto pula, enquanto que uma espécie de raio saída daquele imenso ponto luminoso acerta em cheio o monstro que, em menos de dois segundos, - calculados mais tarde pelo cientista - desintegra a monstruosidade, deixando apenas sua gigantesca ossada. Repentinamente começa a nevar, algo incomum já que é início de primavera no Hemisfério Norte.
Pasmos, os Tecnocratas localizados no Constructo apenas observam o General, esperando uma ordem, um sinal, enfim, qualquer coisa que possa dar uma direção para suas mentes desnorteadas devido à violência da cena. Curta, mas violenta.

Finalmente, o Sargento resolveu falar:
- Mandem uma equipe de limpeza assim que estas pessoas saírem de lá. Estarei indo logo em seguida para tapar esse buraco. Convoquem Heatfield e Salvatori para irem comigo, estarei esperando no hangar. - E os TRs, senhor? - o imprudente, novamente, resolve falar. - Não é a nossa prioridade agora. Deixe-os.

Mais um alarme soa. Este rapidamente silenciado.
- Senhor, parece que alguém atravessou a Película sem permissão. - Onde? - Londres.

Por um instante o Sargento fica quieto. Em sua cabeça o raciocínio age rapidamente, juntando as peças de um possível quebra-cabeça:
- Localize os Agentes R e W. Mande que estejam aqui quando eu voltar. - Senhor, o Agente J já chegou e o aguarda. - Ótimo. Fale para esperar junto com R e W assim que eles chegarem.

Dando essas últimas ordens, o Tecnocrata, líder daquele Constructo, segue para o hangar para mais uma missão enfadonha, mas ninguém percebe isso, ele é uma rocha. Uma rocha no sapato desses TRs. Pelo rádio, resolve dar uma última ordem:
- Senhor? - percebendo o chamado. - Monitore esse carro. - Certo.

Heatfield e Salvatori entram na nave:
- O que é dessa vez, chefe? - diz o primeiro. - Outro fechamento. - Outro? Já é o sétimo essa semana! - exclama o segundo. - Algo parece errado, não? - pergunta o Sargento.

Dizendo isso, dá a partida na nave e segue para o local indicado no radar.

Um comentário:

Anônimo disse...

A Umbra é o limite. ¬¬