A magia morreu. Se não morreu está em coma. O estado deplorável que se encontram as antigas Tradições místicas mostra a realidade triste e cruel: é praticamente impossível a reversão. As práticas antigas são marginalizadas em um mundo onde os seres humanos abraçaram a ciência como única explicação lógica e racional para os fatos.
Sem a maioria de suas lideranças, os poucos Magos que restam na Terra estão desnorteados, lutando uma guerra pela sobrevivência. A magia deixou de ser o foco da batalha e o que importa agora é permanecer vivo.
Mas, mesmo assim, as Tradições místicas tentam se re-estabelecer (ou, para falar a verdade, se estabelecer pela primeira vez em mais de 500 anos) para que possam começar um contragolpe, armar um ataque devastador para fortalecer a magia nesse mundo novamente, para que ela mantenha-se viva e não se perca para sempre.
Além da guerra perdida travada, os Magos ainda tem que se preocupar em alcançar um estado futuro, buscar a Ascensão, algo que todos dizem que existe, mas que, nesses tempos de desespero, ficou mais parecida com uma espécie de lenda.
De qualquer maneira, seja lá qual for o motivo pelo qual o Desperto lute, ambos estão interligados. Se a magia morrer, a Ascensão se torna impossível, portanto, a guerrilha pela realidade consensual ainda é travada debaixo dos olhos da humanidade, escondida em becos escuros e esgotos fétidos. E qualquer lapso de esperança, qualquer coisa que possa significar uma possível virada pelas Tradições é encarado como algo a ser buscado. Os jovens acham que tudo que surgir é uma última esperança, tudo que aparecer merece ser abraçado com fervor, qualquer coisa que, aparentemente, possa ajudar é tratado como um elixir da juventude para a magia. Os mais antigos encaram com a perspectiva completamente oposta, tudo que surge é mais um golpe contra a magia, a maioria das vezes foi assim, por que uma mudança agora?
Uma besta foi destruída no Oriente, na Índia. Pode ser um presságio da destruição iminente do mundo ou então o primeiro passo para a retomada triunfal da magia. É sabido que as Tradições não se envolveram e que quem deu um jeito foram os Tecnocratas. Muito provavelmente, se outras dessas aparecerem, a Tecnocracia não deve permanecer inerte e será mais cautelosa em suas investidas.
Como encarar tudo isso? Morte iminente ou esperança latente? De qualquer modo, alguma coisa precisa ser feita. O quê fazer? Não se sabe, mas algo deve e será feito.
É nesse ambiente de desespero esperançoso ou, como outros tantos preferem, esperança desesperada, que essas minhas três Crônicas acontecem. Os nomes de cada Crônica e de cada Capítulo, como sempre, terão nomes de músicas ou bandas. Stairway to Heaven não é um nome escolhido a esmo, essa primeira Crônica promete descrever parte do caminho da Ascensão e seu primeiro Capítulo, Dazed and Confused, tem esse nome por ser a primeira vez que vocês estão jogando de Mago, portanto, é um Capítulo para que vocês aprendam a manuseá-los.
Eu tenho os nomes dos outros quatro Capítulos na minha cabeça e o que pode acontecer neles. Não revelo porque isso renderia pistas para vocês e, acredito eu, jogar RPG é muito mais divertido quando você tem imprevisibilidade. Os seus personagens, aparentemente, tem em suas mãos uma faca de dois gumes: será um golpe fatal para ambos os lados, tanto Tecnocrata quanto Tradicionalista.
O mundo mágico está nas mãos de vocês e não adianta lavar.
Abraços
Nenhum comentário:
Postar um comentário