É uma mansão. Sua arquitetura remete a era Tudor, um estabelecimento que tem mais de trezentos anos em pé. Dentro dela, os móveis e a decoração levam o visitante a uma viagem que vai da África até o Extremo Oriente, até parece proposital. Pra falar a verdade, se reparar a impecabilidade que os móveis e a decoração são postos pelos cômodos se percebe que realmente pode ser algo feito propositalmente, parecem ter sido colocados com a ajuda de uma régua e outros instrumentos matemáticos.
Subindo a escada (que é apenas uma, posta no centro do hall), se chegará ao segundo andar onde alguns trinta quartos estão (ou seriam menos?), assim como outros banheiros, não importa, apenas um está ocupado nesse andar e é o último quarto do canto direito.
Abrindo a porta dupla vermelha com cuidado, o visitante enxergará uma lótus gigantesca, que, curiosamente, não é uma escultura, ela é viva! A decoração da sala leva a uma viagem igual à de quando passeia pelos outros cômodos, porém, ela é muito mais intensa e turbulenta. Ela tem um peso fora do comum, assim como todos os objetos que estão na sala emanam alguma coisa, é sempre estranho (por falta de palavra melhor) entrar nessa sala, principalmente quando ele está lá, sentado no meio da flor, meditando, procurando perguntas para as respostas que ele já conhece.
Se você se aproximar mais um pouco, verá três desenhos na parede logo atrás de onde ele se senta, um negro, uma moça e um oriental, seus nomes estão escritos embaixo e, para a grande maioria, apenas o da mulher é legível (pois os outros se encontram na língua original): Maria de Bragança.
O cheiro da sala é agradáv...
- Franco!
Assustado, o cadeirante larga a caneta e o papel em que escrevia e olha para trás, procurando a voz que o chama.
- Já falei que não quero registros de meus aposentos!
- Mas senhor...
- Franco!! Precisarei ser mais claro com você?
- Não, não, me desculpe.
- Ótimo, venha até aqui, preciso falar contigo.
Chateado, o rapaz pega seus papéis, põe em sua bolsa dada pelo seu senhor e segue para a rua. Andar de cadeira de rodas em Londres não é fácil, aliás, andar de cadeira de rodas em qualquer lugar não é fácil, é irritante ver a cara de dó das pessoas que passam por perto. Fico pensando que essa foi a única coisa ruim do Despertar, curioso. Para abrir os olhos da mente tem que levar as pernas que caminham. Se for pensar desse jeito, um preço pequeno a se pagar.
Subindo a escada (que é apenas uma, posta no centro do hall), se chegará ao segundo andar onde alguns trinta quartos estão (ou seriam menos?), assim como outros banheiros, não importa, apenas um está ocupado nesse andar e é o último quarto do canto direito.
Abrindo a porta dupla vermelha com cuidado, o visitante enxergará uma lótus gigantesca, que, curiosamente, não é uma escultura, ela é viva! A decoração da sala leva a uma viagem igual à de quando passeia pelos outros cômodos, porém, ela é muito mais intensa e turbulenta. Ela tem um peso fora do comum, assim como todos os objetos que estão na sala emanam alguma coisa, é sempre estranho (por falta de palavra melhor) entrar nessa sala, principalmente quando ele está lá, sentado no meio da flor, meditando, procurando perguntas para as respostas que ele já conhece.
Se você se aproximar mais um pouco, verá três desenhos na parede logo atrás de onde ele se senta, um negro, uma moça e um oriental, seus nomes estão escritos embaixo e, para a grande maioria, apenas o da mulher é legível (pois os outros se encontram na língua original): Maria de Bragança.
O cheiro da sala é agradáv...
- Franco!
Assustado, o cadeirante larga a caneta e o papel em que escrevia e olha para trás, procurando a voz que o chama.
- Já falei que não quero registros de meus aposentos!
- Mas senhor...
- Franco!! Precisarei ser mais claro com você?
- Não, não, me desculpe.
- Ótimo, venha até aqui, preciso falar contigo.
Chateado, o rapaz pega seus papéis, põe em sua bolsa dada pelo seu senhor e segue para a rua. Andar de cadeira de rodas em Londres não é fácil, aliás, andar de cadeira de rodas em qualquer lugar não é fácil, é irritante ver a cara de dó das pessoas que passam por perto. Fico pensando que essa foi a única coisa ruim do Despertar, curioso. Para abrir os olhos da mente tem que levar as pernas que caminham. Se for pensar desse jeito, um preço pequeno a se pagar.
Depois de algum tempo de táxi, Franco chega até a mansão. Como mágica (dã! É mágica!) os portões se abrem assim que ele se aproxima, uma figura grande e negra se aproxima e, sem falar uma palavra, começa a conduzir a cadeira em direção à porta.
Sobe para o segundo andar com o elevador que foi instalado especialmente para ele. O mestre é muito bondoso. Se arrasta até o último quarto a direita, a porta, novamente, se abre magicamente. E lá está Benjamin, em todo o seu resplendor, meditando nu, sentado em cima da flor gigante:
- Que bom que chegou Franco, veja. - ele aponta para um mapa mundi rústico, provavelmente feito a mão por um amigo antigo, onde alguns pontos brilham intensamente.
- O que... é isso? - indaga maravilhado o aprendiz.
- São as esmeraldas! Não é maravilhoso? Finalmente consegui fazer isso funcionar!
- Como...?
- Hã... sal não-refinado do deserto do Atacama, que, em quantias contadas, tinham que ser postos nos quatro cantos cardeais do mapa, depois foi necessário fazer uma oferenda aos espíritos cardeais...
- E aí?
- Aí que eu tentei de tudo, desde virgens até lagartixas, só depois que eu descobri que eu tinha que oferecer comida.
- Que tipo de comida?
- Tentei pensar em qualquer coisa sofisticada, porém, como foi um italiano que me deu isso, eu ofereci um prato de macarronada para cada canto.
- E deu certo?
- Obviamente que não. Então voltei a pensar sofisticadamente e, para minha surpresa, tive que oferecer peixes crus.
- Simples então.
- Não exatamente, tinham que ser carne de tubarão branco crua, que, por sua vez, tinha que ser abatida com as próprias mãos do oferecedor.
- E você f...?
- Não! De jeito nenhum! Contratei alguém para isso! Ele está dormindo no quarto ao lado, eu o Abracei.
- E a Primigênie?
- Depois eu me entendo com eles. De qualquer forma, depois disso alguns outros ingredientes foram necessários, todos muito raros e difíceis de conseguir. Não pretendo “desligar” isso nunca!
- Mas não eram nove? Aí só tem quatro pontos brilhantes.
- Exatamente! Parece que elas estão sendo despertadas! Vê esse ponto aqui? Sou eu, com a minha. Há um mês era só esse ponto que aparecia. Aí, como que por mágica, um segundo ponto apareceu bem próximo, porém começou a se mover, veio para a América e depois África, onde um outro ponto apareceu. Agora eles estão aqui por perto novamente e um terceiro apareceu mais ao sul.
- Incrível! Então esse mapa rastreia todas as Esmeraldas?
- É o que parece.
- Isso é maravilhoso! Vamos atrás delas?
- Hm... não sei.
- Como assim, não sabe?
- Diálogos meus comigo mesmo.
- Aquela voz?
- ...
- Eu posso cuidar disso, se você quiser.
- Esqueça.
- Tem cert...
- JÁ DISSE QUE É PARA ESQUECER!
Por que ele gritou?
- Desculpe, não é sempre que estou em mim.
Ele me assusta, como sempre.
- Venha aqui.
Eu... preciso de sangue. Preciso me sentir forte de novo.
- Faz tempo, não é? Aqui, tome.
O cálice é tão simbólico... ele faz um corte fundo em sua coxa direita, dessa vez para me agradar com um sangue mais doce. O líquido vermelho abundante escorre pelas coxas e por fim começa a cair no cálice posto logo abaixo de onde ele estava sentado. Eu espero com ansiedade.
- Aqui Franco, beba.
Algo dentro de mim diz que não é pra beber. Eu pego o cálice, como já peguei várias vezes e hesito em beber, como já fiz várias vezes.
- Vamos, beba! Não é isso que você quer?
Não, não é isso que eu quero. Eu quero a sua atenção, compreensão e carinho. Você me acolheu quando Despertei, por que então tem se distanciado desde então? Seu sangue é ruim! Foi o que me ensinaram no Collegium, mas eu...
- Franco... você não quer?
Ele me olha daquele jeito. AQUELE jeito. Aquele que ele me olhou quando estendeu a mão em meu devaneio. Aquele que ele usou para me convencer a ajudá-lo. O olhar dele... sempre o olhar dele. Sempre sincero e quente. Sempre acolhedor e... enfim, para quê adiar? Eu vou beber, sempre bebo. E faço com que seu sangue desça através do meu esôfago e se deposite em meu estômago.
Quando eu dou por mim, Benjamin já está vestido com uma calça de seda, apenas.
- Feliz?
Ele diz isso com um sorriso sincero, porém, irônico. Eu não tenho coragem de dizer para ele que eu não quero mais isso. Poderia ferir seus sentimentos. Não posso dizer pra ele que me Avatar grita e se contorce a cada vez que ele faz um coisa desse tipo. Ele sofreria em me ver sofrer. Que eu sofra sozinho e que ele não veja através dos meus olhos.
Enquanto eu estava perdido em meus pensamentos, uma presença sinistra se aproxime por trás. Eu, com medo, apenas vejo o sorriso de Benjamin crescer em seu rosto e, então, ouço o nome de uma mulher, uma que Benjamin já citou algumas vezes:
- Katherine!
E então, eu desmaiei
2 comentários:
quero esse mapa!!!! carne de tubarao, sal de atacama e q mais qe presissa hahahahahahah(risada makiavelika e malvada)
Por que é que eu tenho a triste sensação de que non vou encontrar com esse cara...? T___T
Postar um comentário